sábado, 26 de janeiro de 2013

Gripe Aviária


Gripe aviária

Pesquisadores anunciam retomada de estudos com o H5N1

Pausa voluntária nas pesquisas durou um ano e foi anunciada após os cientistas terem tornado o vírus mais transmissível entre seres humanos

Modelo digital mostra o vírus H5N1, causador da gripe aviária
Os pesquisadores argumentam que, enquanto as pesquisas estão paradas, o H5N1 continua a evoluir na natureza(Thinkstock)
Uma carta publicada nesta quarta-feira nas revistas Science e Nature, os dois principais periódicos científicos do mundo, anunciou a retomada das pesquisas com o vírus Influenza A H5N1, responsável pela gripe aviária. O comunicado é assinado pelos mesmos 40 cientistas que, há um ano, haviam concordado em uma pausa nos estudos que buscassem tornar o vírus mais transmissível entre mamíferos. Segundo os pesquisadores, nesse meio tempo os objetivos da pausa foram atingidos, as autoridades chegaram a conclusões sobre como conduzir essas pesquisas com segurança e seu trabalho deve continuar.
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No final de 2011, duas equipes de pesquisadores anunciaram o desenvolvimento de novas cepas do vírus H5N1, capazes de se transmitir entre furões. Foram necessárias apenas algumas mutações genéticas no vírus para que ele passasse a ser transmissível não só entre as aves, mas também entre mamíferos. Segundo os cientistas, esse novo vírus poderia evoluir naturalmente, e a pesquisa seria capaz de ajudar a prevenir uma pandemia entre humanos.
No entanto, antes mesmo que os estudos fossem publicados nas revistas Science eNature, preocupações quanto à segurança dos experimentos começaram a surgir. As críticas iam desde as condições sob as quais os vírus seriam guardados à possibilidade de os vírus serem copiados e usados por bioterroristas. O próprio governo americano recomendou que os detalhes mais sensíveis das pesquisas fossem censurados. Depois de muita discussão dentro da comunidade científica, os artigosforam publicados completos em maio.
Em janeiro do ano passado, em meio à repercussão negativa inicial dos estudos, os pesquisadores que estudavam o vírus influenza anunciaram a pausa voluntária em qualquer pesquisa que pudesse tornar o H5N1 mais transmissível. Os objetivos da parada eram dar tempo para a comunidade científica explicar os benefícios que esse tipo de estudo poderia trazer para a saúde pública, desenvolver medidas para minimizar os riscos e permitir que os governos ao redor do mundo revessem suas políticas de segurança acerca desse tipo de experimento.
Na nova carta, os mesmos pesquisadores explicam que esses objetivos foram alcançados durante este ano. Enquanto isso, o H5N1 continua a evoluir na natureza e a continuidade nos estudos colabora para que os cientistas estejam preparados no caso de uma pandemia. "Nossa pesquisa para entender como os vírus aviários se adaptam aos mamíferos vai levar a melhores métodos de vigilância e vacinas. Sabemos que, na natureza, o H5N1 em aves está se tornando mais parecido com os vírus que infectam mamíferos", diz o virologista Yoshihiro Kawaoka, pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison e autor de um dos estudos que deu início à celeuma.
Assim, a carta afirma que os cientistas que tenham a aprovação do governo para conduzir essas pesquisas de modo seguro têm a responsabilidade pública de retomar seus trabalhos. Os autores avisam, no entanto, que alguns países, embora estejam estudando o problema, ainda não tomaram nenhuma decisão acerca das condições de segurança para esses experimentos, como é o caso dos Estados Unidos, e nesse caso os estudos devem continuar parados. A própria pesquisa de Yoshihiro Kawaoka deve continuar embargada, uma vez que é financiada por agências americanas.

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