Protestos tumultuam abertura de encontro no Chile
Presidente Dilma Rousseff participa do evento em Santiago, ao lado dos chefes de estado do Chile, Argentina e México. Alemã Angela Merkel também participa
Participantes da Cúpula dos Povos fazem protesto nas ruas de Santiago (Reuters)
Mais de mil manifestantes foram às ruas de Santiago na sexta-feira para protestar contra as “políticas neoliberais” adotadas pelos chefes de estado que participam neste fim de semana da 1ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) - União Europeia, na capital chilena. Os manifestantes participam da Cúpula dos Povos, evento paralelo ao encontro principal. Eles jogaram paus e pedras em policiais, que tentaram contê-los usando jatos d'água.
Em sua primeira viagem internacional de 2013, a presidente Dilma Rousseff encontrou-se com o presidente chileno, Sebastián Piñera, e afirmou que o Brasil quer ampliar a relação bilateral com o Chile."Fica claro que podemos mais. Os investimentos que as empresas chilenas realizam no Brasil são muito bem-vindos. Temos forte potencial comercial e ao mesmo tempo um desafio porque não temos fronteiras. Mas temos grande possibilidade de integração. Estamos em dois oceanos e o corredor interoceânico liga elementos fundamentais no mundo do comércio do Atlântico e Pacífico", disse Dilma em discurso depois da reunião.
Os dois países assinaram acordos nas áreas de cultura, educação e cooperação científica na Antártida. Dilma também deverá se reunir com a chanceler alemã Angela Merkel, e com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, que tomou posse em dezembro.
Ainda neste sábado, os participantes da Celac vão debater com a União Europeia uma nova agenda de cooperação inter-regional. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, será adotado, durante a cúpula, o Plano de Ação Celac-UE para o biênio 2013-2014. Além da reunião entre chefes de estado, serão realizados encontros de acadêmicos, empresários e parlamentares das duas regiões.
A Celac foi criada em fevereiro de 2010 no México e oficializada em 2011 na Venezuela para integrar 33 países da América do Sul, América Central e Caribe. As trocas comerciais entre os países membros da Celac e da UE foram de 278,1 bilhões de dólares em 2011, representando um crescimento de 31,5% em relação a 2007, quando eram de 211,6 bilhões de reais. Apesar do aumento, os países sul-americanos reclamam das barreiras comerciais impostas pelos europeus aos seus produtos, o que também deve ser discutido na cúpula.
(Com Estadão Conteúdo)